Números do e-commerce brasileiro apresentados apenas no primeiro semestre de 2024 mostram um crescimento de 18,7% do varejo online, em relação ao mesmo período de 2023. Somente nos primeiros seis meses do ano, o comércio eletrônico nacional movimentou R$ 160,3 bilhões em vendas,
A tendência é de um desempenho ainda mais robusto nos meses seguintes, com estimativas que apontam para R$ 205,11 bilhões em vendas até o fim do ano e um total de 418,6 milhões de pedidos.
Dados da Nielsen Media Research apontam para uma forte ascensão do setor de alimentos, dentro das principais demandas do consumidor brasileiro. Somente esta categoria obteve crescimento de 18,4% no faturamento bruto, impulsionado pela elevada demanda dos Fast-Moving Consumer Goods, os bens de consumo de giro rápido.
Tais dados refletem não apenas a adaptação do consumidor às plataformas digitais, mas também o amadurecimento das lojas virtuais e a confiança no processo de compra online.
Datas sazonais também impulsionam o varejo online
Ticket médio em alta
Dados da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm) revelam não apenas o crescimento expressivo do e-commerce no Brasil, mas também um aumento no ticket médio: cada consumidor gastou, em média, R$ 492 por pedido, um valor superior aos R$ 470 registrados no ano anterior.
Esse aumento é reflexo da maior confiança do consumidor nas compras online e do desejo por produtos de maior valor agregado, como eletrônicos e eletrodomésticos.
Com 91 milhões de compradores previstos até o final do ano, as lojas virtuais se tornam cada vez mais a primeira opção para o público brasileiro. A comodidade e a confiança oferecidas pelas plataformas digitais são fatores decisivos para este crescimento, como destaca Mauricio Salvador, presidente da ABComm:
“As boas experiências em sites e lojas virtuais, além da comodidade em comprar pela internet, têm deixado os consumidores cada vez mais confiantes. Isso favorece a ascensão do mercado virtual.”
Transformação digital e experiência personalizada
A transformação digital e a busca por experiências de compra personalizadas são duas das tendências mais relevantes no cenário atual do e-commerce brasileiro. O consumidor está cada vez mais exigente e passou a valorizar a jornada de consumo como um todo, sob a expectativa de um processo integrado, ágil e intuitivo.
Empresas que apostaram em inovação, como o uso de inteligência artificial (IA) para otimizar marketing e atendimento ao cliente, estão colhendo resultados significativos. A aplicação dessas tecnologias possibilita campanhas mais direcionadas e interações automatizadas, elevando a satisfação dos consumidores e contribuindo para o crescimento do ticket médio,
Outro ponto de destaque na evolução do varejo online é o uso do Pix, que já responde por 30% das transações e reflete a consolidação de novos hábitos de pagamento.
Nichos em destaque
Entre os segmentos mais procurados em 2024, destacam-se alimentação, moda, beleza, saúde e eletrodomésticos, com uma predominância de consumo feminino, representando mais de 60% dos compradores online.
O crescimento superior a 70% nas vendas de produtos de moda e beleza demonstra o aumento do interesse por itens que aliam estética e bem-estar, destacando a importância desses nichos no e-commerce.
Lições para o profissional do varejo online
O ano de 2024 traz lições importantes para as empresas que atuam no comércio eletrônico. A adaptação rápida às demandas do consumidor digital tem se mostrado essencial para o sucesso, especialmente com o uso de ferramentas de automação e personalização.
Campanhas automatizadas, como fluxos customizados de e-mails, se tornaram indispensáveis para a segmentação eficaz e a retenção de clientes.
Um caso prático disso foi o aumento de 102% no faturamento em março de uma loja de alimentos premium, que utilizou automações para personalizar comunicações e segmentar campanhas (Edrone). Essa abordagem destaca como o uso de tecnologias inteligentes pode impulsionar resultados significativos.
Crescimento e Competitividade
O varejo online nacional registrou mais de 1,9 milhão de novas lojas virtuais. O momento é de competitividade intensa. Isso tem levado empresas de diferentes portes a repensarem suas estratégias para se diferenciarem.
Pequenos e médios empreendedores precisam compreender profundamente o comportamento dos consumidores e oferecer vantagens competitivas, como logística rápida, atendimento personalizado e ofertas exclusivas.
Aquelas empresas que investiram em tecnologias emergentes, como IA e análise de dados preditiva, têm se destacado pela capacidade de prever tendências de consumo e oferecer produtos personalizados.
O foco em inovação permitiu criar experiências mais fluidas, gerando maiores taxas de retenção e fidelização (Super Finanças). A implementação de estratégias tecnológicas e humanizadas se consolidou como um diferencial essencial para conquistar clientes em um mercado cada vez mais disputado.
Perspectivas para o futuro do varejo online
As projeções para os próximos anos indicam um cenário altamente promissor. A expectativa é de que o faturamento do e-commerce brasileiro ultrapasse R$ 250 bilhões até 2027 (Edrone). No entanto, esse crescimento não virá sem desafios. A experiência de compra integrada e eficiente será uma exigência cada vez maior dos consumidores, o que obrigará as empresas a combinarem inovação tecnológica com atendimento humanizado para se manterem competitivas.
Empresas que conseguirem alinhar inovação contínua com uma compreensão profunda das necessidades dos clientes estarão mais bem posicionadas para liderar o mercado em transformação. A tendência é que, nos próximos anos, a fusão entre tecnologia e experiência personalizada se intensifique, consolidando o e-commerce como um dos pilares fundamentais da economia brasileira.
